Visitas Reais a Sintra de 1903 a 2011

Visitas Reais a Sintra de 1903 a 2011

Descrição das Visitas Reais a Sintra que aconteceram na Vila desde o ano de 1903 até 2011. Na idade de ouro da nossa história política contemporânea que foi aquela que se assinalou principalmente, pela visita de tantos soberanos a Portugal como o Kaiser Imperador Guilherme II da Alemanha ou a primeira visita oficial de sua Majestade a Rainha Isabel II de Inglaterra.

Em 1903 reinava em Portugal sua majestade o Rei D. Carlos, cognominado o diplomata graças ao seu notável talento diplomático que conseguiu colocar Portugal no centro da diplomacia europeia.

Nestas visitas Reais, Portugal foi palco de alguns acontecimentos pouco felizes que também vamos relatar. Entre eles, quebras de protocolos, viaturas oficiais avariadas, um divórcio Real que começou no Palácio de Queluz, a falta de guarda roupas de aluguer e uma boca de incêndio que rebentou no Teatro D. Maria II.

Neste artigo vamos mencionar as Visitas Reais e uma visita presidencial a Sintra. Não referimos a visita do Rei Chulalongkorn do Sião que foi o primeiro monarca a visitar-nos no reinado de D. Carlos. A sua visita a Sintra estava prevista, não se realizou devido ao mau tempo.

Rei Eduardo VII – Reino Unido 1903

A primeira das Visitas Reais a Sintra é a visita oficial que Eduardo VII do Reino Unido fez ao estrangeiro foi a Portugal, onde foi recebido com toda a pompa e circunstância, em Março de 1903.

Conquanto o mau tempo tivesse impedido o rei Eduardo VII de embarcar em Portsmouth, no dia 30 de março, como estava determinado, e esse embarque só foi feito no dia seguinte, por tal forma acelerou o seu andamento o Yacht Victoria and Albert, que às 2 horas e meia da tarde entrava a barra do Tejo.

Este era seguido dos dois couraçados ingleses Minerva e Vénus, que içavam os sinais de saudação a terra, enquanto que no yacht Victoria and Albert, além de idênticos sinais, era içada no castelo de popa a bandeira portuguesa, saudada pela infantaria de bordo.

Chegada a Sintra a 3 de Março

Conforme marcava o programa das festas de Eduardo VII, realizou-se no dia 3 Março a visita a esta pitoresca vila para onde o rei de Inglaterra acompanhado de El-Rei D. Carlos e da sua comitiva partiu no comboio real às 11 horas e 17 minutos da manhã, da estação do Rossio, chegando a Sintra 20 minutos depois.

Da estação de Sintra, os monarcas e a comitiva dirigiram-se ao Palácio da Pena, onde lhes foi servido o almoço, percorrendo depois o formosíssimo Parque da Pena. Admirando o Rei Eduardo VII e a sua comitiva, pelo magnífico e deslumbrante ponto de vista que daquele aprazível lugar se desfruta.


Daqui dirigiram-se ao Palácio de Monserrate, onde os monarcas eram esperados por algumas senhoras, sendo-lhes oferecidos um Chá, pelo major do exército britânico, Sir. Quston Sartorius.

Rei Afonso XIII de Espanha – 1903

Terminada a visita ao Mosteiro dos Jerónimos na manhã chuvosa de dia 12 de dezembro de 1903, suas Majestades dirigiram-se para o apeadeiro na doca de Belém onde tornaram togar no comboio real que os conduziu a Sintra. Na plataforma da estação formava a banda União 1.º de Dezembro, de S. Pedro de Sintra, com o seu estandarte, vendo-se também o elemento militar e civil profusamente representado, muitas senhoras, povo e oficias da esquadra espanhola, inglesa, etc.

Perto das 11 horas o comboio real entrava nas agulhas. Depois de uma curta recepção na sala de espera organizou-se o cortejo que acompanhou ao Paço de Sintra o monarca Espanhol, Rei D. Carlos, Sua Majestade a Rainha D. Amélia e o Príncipe Real. No trajecto foram os monarcas sempre aclamados pelo povo aglomerado nos passeios laterais.

Às 13:15 começou o almoço oferecido por Sua majestade a Rainha D. Maria Pia e que foi servido na sala dos Cisnes.
No logar de honra da mesa real tomou assento o Rei de Espanha, dando a direita D. Joanna Elintze Ribeiro e a esquerda a Marquesa de Faial.

Em frente D. Maria Pia, dando a direita ao Sr. Polo de Bernahá e a esquerda ao Sr. D. Faustino Rodriguez S. Pedro.

Do outro lado da mesa estava Sua Majestade El-rei dando a direita a ministra de Espanha e à esquerda a Rainha D. Amélia, dando a direita a Sua Alteza o príncipe real e a esquerda ao Sr. Ilintze Ribeiro.

A mesa achava-se ornada artisticamente de flores e arbustos. S. Majestade D. Afonso XIII quando soube que banda dos marinheiros estava a tocar no palácio, mostrou desejos de ouvir a marcha que pelo maestro Cheu foi-lhe dedicada, tendo-lhe sido entregue a partitura numa luxuosa pasta de seda.

Às 2 horas terminava o almoço e pouco depois organizava-se o cortejo retirando-se suas Majestades para Lisboa no comboio real, que se pôs em marcha dirigindo-se para o apeadeiro do Campo Pequeno, onde eram esperados pelo governador-civil e várias dignidades oficiais.

Principe Artur – Duque de Connaught 1905

No dia 12 de Janeiro de 1905 chegaram a Lisboa a bordo do couraçado britânico Essex os Duques de Connaught da família real inglesa que eram acompanhados por suas filhas as ladies – Vitória Patrícia e Margarida.

Visitaram Lisboa, estiveram na Escola Militar, desfrutaram o panorama do alto do Castelo de S. Jorge deram recepções na embaixada de Inglaterra.

Visitaram Sintra no dia 14, onde pelos Reis de Portugal lhes foi oferecido um almoço. Partiram no dia 15 de Janeiro de 1905 ainda no couraçado Essex, que deixou o Tejo às 6 horas da tarde, com rumo a Gibraltar.

A Rainha Alexandra de Inglaterra 1905

Na série sucessiva de soberanos estrangeiros que visitaram a corte de Portugal, teve lugar predominante a visita da Rainha Alexandra, esposa do rei Eduardo VII de Inglaterra que foi acompanhada pelo príncipe Cristiano da Dinamarca.

Foi curta a demora da Rainha de Inglaterra e do príncipe em Portugal. Chegados à capital no dia 22 de Março de 1905, a bordo do Victoria and Albert, depois duma tormentosa viagem, partiram no dia 25 do mesmo mês, tendo recebido as homenagens da corte e das entidades oficiais e as aclamações da população.

A Rainha Alexandra de Inglaterra esteve em Sintra e no Parque da Pena no dia 22 de Março de 1905.

Imperador Guilherme II Alemanha / Rei da Prússia 1905

De todas as Visitas Reais a Sintra esta terá sido das mais importantes. A sua chegada a Lisboa a 27 de Março de 1905 a bordo do Hamburg e a sua estada entre nós durante aquele e os dois dias seguintes, marca como um facto de alta importância política a que não foi estranho a sensibilidade diplomática de D. Carlos o Rei de Portugal que duma forma tão brilhante soube fazer com que fosse amado e respeitado o nome do nosso país no estrangeiro.

Depois da visita dos Reis de Espanha e de Inglaterra e do Presidente Loubet da França, antecedendo a visita de outros chefes do estado e mais personalidades políticas estrangeiras, a visita do Imperador da Alemanha foi daquelas que tiveram mais repercussão além-fronteiras.

Repercussão pela personalidade do visitante e pela política do momento em que se desenhava já a Grande Guerra tão distante ainda nesse mês de Março de 1905, mas já prevista por tantas pessoas que atentamente seguiam o que se maquinava nas chancelarias.

Foi, pois, um acontecimento mundial a visita a Portugal do Kaiser, figura dura de militar que não conquistou simpatias, que assistiu a festas palacianas, esteve em Sintra e nos Paços do Conselho de Lisboa e, principalmente, visitou quartéis e assistiu a festas militares.

A visita a Sintra no dia 29 de Março de 1905.

Número obrigatório dos programas das visitas das altas personalidades era e é ainda hoje, o passeio e a visita a Sintra. Como não podia deixar de ser, também o Imperador da Alemanha visitou a vila onde foi aclamado pela população.
Esteve ali em 29 de Março de 1905.

O último dia da visita ficou reservado para o passeio a Sintra e almoço no palácio da Vila. O kaiser tomou o comboio na estação de Belém. Em Alcântara entrou a família real portuguesa. Na gare de Sintra aguardava-os o presidente da Câmara, a Real Filarmónica União Sintrense, meninas com flores e numerosa assistência.

Formou-se um cortejo de onze carruagens à frente das quais ia o Infante D. Afonso, em automóvel. Atrás, seguiam comboios com as autoridades da Câmara municipal de Sintra e simples particulares, formando uma longa fila, muito aplaudida pelas pessoas que acorriam às janelas.

No paço, o almoço decorreu na sala das Pegas. Uma mesa em forma de U, adornada com pratas, cristais e flores, apresentava um conjunto majestoso, com a baixela que serviu por ocasião do casamento de D. Maria Pia.

A música não podia deixar de também marcar presença com a banda da Guarda Municipal, interpretando diversos trechos de Wagner. Terminado o repasto todos seguiram pela estrada de S. Pedro em direção ao Palácio da Pena.

Visitaram o Palácio, detiveram-se a gozar a magnífica vista que dali se deslumbra e fizeram larga colheita de camélias antes de se dirigirem novamente ao comboio, de regresso a Lisboa. Na gare de Sintra produziu-se uma imponente manifestação de simpatia pelos imperiais visitantes.

Chegada ao Palácio da Pena

Presidente Loubet de França em 1905

Em Outubro de 1905 visitou Portugal o Presidente Loubet da República Francesa. Chegado no dia 27 Outubro, assistiu
a várias festas na corte e realizou diversas visitas.

Esteve em Sintra a 28 deixando no dia seguinte o nosso país – encantado e saudoso – disse aos jornalistas que no regresso à sua Pátria o entrevistaram.

Foram três dias em que a população da capital no meio das festas populares e nos intervalos das contínuas festas da corte, não
se cansou de vitoriar o ilustre visitante e de aclamar a República Francesa. Aclamações de que comparticiparam em larga escala os
tripulantes do Jean Jorge, da Marinha de Guerra francesa, que ao Tejo viera para prestar honras ao Chefe de Estado do seu país.

Presidente Loubet – chegada ao Palácio da Vila de Sintra

Rei Frederico Augusto III da Saxónia

Também esteve em Lisboa nessa época faustosa o rei Frederico Augusto da Saxónia que no dia 7 de Março de 1907 desembarcou em Lisboa a bordo do navio Cap Ortegal. Organizou-se no Cais das Colunas um luzido cortejo como convinha à categoria do ilustre visitante, que foi conduzido ao Paço das Necessidades.

No dia seguinte percorreu a cidade tendo estado na Praça da Figueira, na Ribeira Nova, em Alcântara, nos Jerónimos e nas ruas típicas da Mouraria. No dia 9 esteve na Tapada da Ajuda e assistiu a uma festa militar dada em sua honra no Hipódromo de Belém. Visitou a Torre de Belém, sendo-lhe oferecido um banquete no vetusto Palácio da Ajuda.

No dia 10 foi a Cascais e no dia 11 a Sintra. No dia 12 realizou-se uma festa em sua honra na Legação da Saxónia e no dia 13 esteve em Almada e depois na Batalha, Caldas da Rainha e Torres Vedras, seguindo para o Norte do país no dia 14.
Partiu do Porto para Espanha no dia 18 do mesmo mês de Março.

Durante esses dez dias que o Rei Frederico Augusto visitou Portugal do norte a sul esteve nos locais mais pitorescos e populares, conviveu com o povo, recebeu sempre as mais altas provas de carinho e colheu da nossa hospitalidade a impressão mais lisonjeira e justificada.

Foram dez dias em que se sucederam as festas, os passeios e os desfiles militares em que se divertiu o povo e em que se divertiu a corte, afirmando mais uma vez a galhardia portuguesa.

Em 11 de Março de 1907 no Paço de Sintra, foi oferecido pela Rainha D. Maria Pia, um almoço ao soberano da Saxónia, ao qual assistiram a Rainha D. Amélia e vários altos dignitários,

Frederico Augusto era o filho mais velho do Rei Jorge e Maria Ana de Portugal filha de D. Maria II e D. Fernando II.

Princesa Matilde da Saxónia

A Princesa Matilde chegou da viagem a Lisboa e após ver tudo quanto um turista inteligente e culto pode ver: monumentos. Igrejas, paisagens, museus e edifícios públicos.

Foi de abalada pelos arredores, visitando as fortificações das Linhas de Torres, o Buçaco, a Batalha, a campina do Ribatejo, o convento de Mafra, etc., seguindo depois para o Norte onde, como no Sul, viu também tudo que é digno de ser visitado por um estrangeiro.

Visitou a almoçou no Palácio da Pena com o seu primo no dia 25 de fevereiro.

Depois a 30 de Março, partiu para Espanha no mesmo dia e no mesmo comboio com que seguiu o príncipe Guilherme Augusto de Hohenzollern, que a acompanhou em muitas visitas.

1 plano: Princesa Mathilde de Saxe, A Rainha D. Amélia, Príncipe Guilherme de Hohenzollern
2.” plano:— D. Fernando de Serpa, conde de Figueiró, Major Garcia Guerreiro, Barão de Vangheim, barão de Koernitz, a baroneza de Saertner, Rei D. Carlos, Condessa de Figueiró, O coronel Backmayer, capitão de fragata António Pinto Bastos, Conde de S. Lourenço, D. Fernando Eduardo de Serpa

Príncipe Guilherme de Hohenzollern 1907

O Príncipe Guilherme Augusto de Hoenzolern chegou a Portugal no dia 20 de fevereiro de 1907 e após visitar minuciosamente tudo quanto um estrangeiro curioso pode visitar, partiu para o Norte onde revelou a mesma curiosidade.

Quartéis, monumentos, igrejas, panoramas. Museus, tudo foi visto em Lisboa, no Porto e em algumas localidades da província, com uma minuciosidade que não é vulgar em visitantes de tal categoria.

O príncipe de hohenzollern Guilherme Augusto Carlos José Fernando Pedro Bento, é filho do príncipe Leopoldo de hohenzollern – irmão da Rainha D. Estefânia e da princesa D. Antónia filha de D. Maria II.

Nasceu no Castelo de Bernath a 7 de março de 1864 e renunciou à sucessão no trono da Roménia que lhe foi oferecido no caso do morrer sem herdeiros o seu tio, o actual rei daquele estado.

Visitou Sintra no dia 25 de Fevereiro de 1907 e almoçou no Palácio da Pena juntamente com a princesa Matilde sua prima,

Rainha Juliana da Holanda em 1955

A Rainha Juliana da Holanda e o seu marido Príncipe Bernardo chegaram a Portugal no dia 7 de novembro de 1955. Foram recebidos pelo presidente Craveiro Lopes no aeroporto de Lisboa. A Rainha visitou o Castelo de S. Jorge, o Mosteiro dos Jerónimos, Palácio da Ajuda e o Terreiro do Paço.

A meio da tarde de dia 7 novembro tomam chá no Palácio de Seteais onde vão ficar alojados durante a sua visita a Portugal.

No Hotel de Seteais procedeu-se aos preparativos para receber a rainha dos Países Baixos, o seu marido e a comitiva composta por 40 pessoas. Para poder alojar tão ilustres hóspedes a gerência do hotel solicitou dos hóspedes que deixassem livres todos os aposentos. O pessoal procedeu aos arranjos finais dos quartos destinados à rainha e às pessoas que a acompanham.

Há uma profusão de flores pelo majestoso edifício, destacando-se, sobretudo os belos crisântemos de Sintra e lindas rosas Talismã amarelas.

Os aposentos reservados para a soberana dos Países Baixos são pintados a verde-oiro, com tons de rosa-velho e oiro, e estão mobilados com peças do estilo D. Maria, formando um Conjunto agradável e acolhedor. No toucador da rainha estão flores vindas especialmente da Holanda.

Rainha Isabel II do Reino Unido em 1957 e 1985

A visita da Rainha Isabel II a Portugal foi considerado o Evento do Século. A Visita da Rainha Isabel II no ano de 1957 não incluía na agenda a visita à vila de Sintra, apenas incluía o Palácio de Queluz.

Junto transcrevemos notícias dos Jornais e revistas da época que relatam com a grandiosidade esperada esta visita Real.

Não há palavras que possam conter uma imagem completa, perfeita, da histórica manhã que Lisboa viveu. Jamais a majestosa praça pombalina serviu de cenário a tão deslumbrante acontecimento.

Nunca tantas pessoas estiveram reunidas onde Portugal costuma receber os seus mais ilustres visitantes. À medida que se aproximava a hora do desembarque de Isabel II, a multidão crescia em ritmo constante.

Magnífica a panorâmica no Terreiro do Paço. Ao centro, garbosas e impeavelmente alinhadas, as forças em parada. Ao longo dos passeios, emoldurando toda a praça, milhares e milhares de pessoas. Nas janelas e nos telhados dos edifícios circundantes, mais gente, todos os felizes que puderam presenciar mais de perto o deslumbrante espetáculo.

Uma terra inteira, em festa, os acolhia e saudava. Começou o desfile das embarcações do cortejo real. Visto de terra, o espetáculo tinha qualquer coisa de irreal.

O bergantim atracou ao cais em manobra perfeita. Novos toques de continência. A rainha contemplou enternecida a beleza do quadro. Do seu rosto transpareceu, humanamente, a grande emoção que a dominava. De vestido de xantungue azul royal cintado, um pequeno alfinete de diamantes ao peito, mimoso chapéu da cor do vestido, a sua figura gentilíssima insinuava-se no olhar de todos.

A seu lado, Filipe de Edimburgo, em uniforme de gala de almirante de esquadra, trazia a banda azul da Torre de Espada. Os seus olhos de marinheiro experimentado percorreram visivelmente interessados, o cenário que o envolvia. Chegou o grande momento.

Ágil e graciosa, Sua Majestade pôs o pé no primeiro degrau da escadaria do cais. Isabel II sorriu para o Presidente Craveiro Lopes e sua esposa, deu mais dois passos e cumprimentou-os com cordialidade. Foram uns segundos emocionantes.

Portugal e Inglaterra, como há seis séculos, selavam de novo um pacto sem fim. Ao lado direito do Chefe do Estado, a rainha dirigiu-se para a tribuna monumental, ao longo do cais, sobre uma passadeira «grenat» ladeada por festões de loureiro dourado sobre colunatas da mesma cor.

Multidão espera a Rainha Isabel II no Palácio que Queluz.

No chão, por detrás da guarda de honra, um friso de camélias, buxo e avencas. A senhora de Craveiro Lopes acompanhava o duque de Edimburgo, que lhe manifestava quanto o impressionara o inolvidável espetáculo do rio. Na tribuna de honra, Isabel II foi apresentada a Salazar.

Nos olhos da rainha vislumbrou-se um fulgor de admiração. No rosto de Salazar, sorridente, lia-se o respeito e o enternecimento. Aviões de jacto, em formação de rigorosa simetria, voavam sobre o Terreiro do Paço. A multidão não cessava de aclamar a régia visitante.

Ao entrar na Rua Augusta, como acontecera no arco triunfal, dezenas de milhares de pessoas aclamaram a rainha. À medida que a cavalaria avançava, anunciando a aproximação da carruagem régia, a multidão, fremente de entusiasmo, agitava pequenas bandeiras inglesas e portuguesas, aplaudia, punha-se nos bicos dos pés para ver melhor a soberana da Comunidade Britânica.

Se a recepção em Lisboa foi inolvidável não é menos certo, devemos sublinhar, que o acolhimento dispensado a Isabel II, desde o Parque Eduardo VII até Queluz, também se caracterizou pelo entusiasmo e pela vibração. Nesse trajecto, concentraram-se milhares de pessoas, apesar da ameaça permanente de temporal. Reuniram-se nas colinas que marginam a autoestrada, a partir do viaduto Duarte Pacheco durante todo o percurso do cortejo até ao palácio, onde a rainha ficou hospedada.

Em Queluz, defronte do Palácio, repetiam-se as aclamações no momento em que ali chegou o cortejo. Após o regresso a Lisboa do Chefe do Estado, do ministro dos Negócios Estrangeiros e de outras personalidades da comitiva portuguesa, a multidão começou a bradar: — Queremos a rainha! Queremos a rainha! Queremos a rainha!

Acedendo aos insistentes pedidos, formulados com repetição por milhares de pessoas, Isabel II e o duque de Edimburgo assomaram a uma das janelas, sendo, então, delirantemente aclamados.

Rainha Isabel II em 1985

A Rainha Isabel II chegou no dia 25 de Março à Base Aérea do Montijo de onde seguiu por helicóptero, para Setúbal e, depois para Lisboa, onde começará dia 26 a sua visita oficial a Portugal.

Em Setúbal, Isabel II embarcou no iate Eeal Britannia que, com o duque de Edimburgo e a princesa Alexandra, chegaram aquela cidade após uma visita à ilha da Madeira.

Eram nove horas exactas quando o Britanni, escoltado pela fragata inglesa Boxer, atracou no cais número três, onde era aguardado por muitos populares.

A corveta da Armada portuguesa Magalhães Correia, com a guarnição alinhada no convés, saudou a visitante com os vivas da praxe. Elementos da polícia e da Marinha montavam guarda ao cais onde acostou o iate real britânico, mantendo excepcionais medidas de segurança.

Essa tarde, depois da chegada da soberana, o Britannia rumou de Setúbal em direcção a Lisboa sob escolta de três fragatas da Armada portuguesa, onde chegou às 10 horas e 45 minutos.

Dia 27, o segundo dia da visita oficial do casal real britânico a Portugal começou de manhã, pelas 10 horas, com uma audiência concedida ao Primeiro-Ministro, Mário Soares, no Palácio de Queluz. Meia hora depois foi a vez dos membros do corpo diplomático creditados em Portugal apresentaram os seus cumprimentos a Isabel II.

Ao fim da manhã, acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Nuno Abecassis, a soberana britânica visitou a estufa-fria.

Pouco depois, o cortejo real dirigiu-se para Sintra onde, no Palácio da Vila, decorreu um almoço oferecido pelo Primeiro-Ministro.

Durante a tarde, Isabel II desloca-se ainda a Carcavelos, para visitar a escola britânica St. Julian’s School, em mais um contacto com a comunidade britânica, depois de ter oferecido uma recepção aos seus súbditos residentes na capital portuguesa.

A meio da tarde, a Soberana britânica deslocou-se à Assembleia da República, onde será recebida pelo Presidente da AR, Fernando Amaral, seguindo-se uma sessão de cumprimentos.

A noite, Isabel II e o Duque de Edimburgo, terminam o programa deste seu segundo dia de visita a Portugal, assistindo no Teatro Nacional D. Maria II a um espectáculo de gala de ballet e música portuguesa.

Curiosidades da visita:

Guarda-roupas de aluguer sem “mãos a medir” no Diário Popular

Os principais guarda-roupas da capital são perentórios: não lhes resta um «smoking» ou uma casaca, tão intensa tem sido a procura desde que, há umas poucas semanas, se soube da visita de Isabel de Inglaterra.

Será bom que a Rainha de Inglaterra não padeça especialmente de alergias, caso contrário poderá guardar más recordações da visita que hoje inicia a Portugal.

Isto, porque se a naftalina tiver efeitos nocivos no metabolismo da soberana, o seu passeio entre gente lusa há de ser um terrível martírio provocado pelo aroma de vestuário alugado, ao qual se registou urna verdadeira corrida em Lisboa.

Segundo as explicações dos mesmos roupeiros, a procura de vestidos femininos também tem sido acentuada. Acontece, porem, que os estabelecimentos não estão especialmente apetrechados nessa área.

Haile Selassie Imperador da Etiópia em 1959

O Imperador Haile Selassie esteve em Sintra no dia 27 de Julho de 1959. O imperador da Etiópia e a sua neta partiram do Palácio de Queluz acompanhados pela comitiva, para uma visita ao triângulo turístico dos arredores de Lisboa.

Os ilustres visitantes demoraram-se particularmente em Sintra, para visitar o Palácio da Vila de Sintra, onde foram recebidos pelo seu conservador Dr. Casimiro Gomes da Silva e pelo prof. Dr. Joaquim Fontes, presidente do Município.

Foi oferecido a Haile Selassie , corno recordação de Sintra, um estojo de prata dourada com uma miniatura em marfim representando Camões a salvar o manuscrito de Os Lusíadas, que o mar tenebroso quer-lhe arrebatar.

Seguiram depois para o Palácio na Pena, onde são recebidos pelo conservador Dr. Castro Tavares. No terraço da rainha D. Amélia, especialmente decorado para a visita, é servido um chá ao imperador e a sua comitiva. De regresso a Lisboa, os visitantes passam por Cascais é pelo Estoril.

Pode consultar a reportagem da RTP neste link : https://arquivos.rtp.pt/conteudos/visita-do-imperador-da-etiopia-a-portugal

Bhumibol Adulyadej Rei da Tailândia em 1960

Suas Majestades o Rei Bhumibol Adulyadej e a Rainha Sirikit da Tailândia visitaram Sintra no dia 22 de Agosto de 1960. Depois da apresentação das comitivas tailandesa e portuguesa, decorreu um almoço íntimo no Palácio de Queluz.

Na estadia em Portugal visitaram o Palácio de Belém, a Câmara Municipal de Lisboa, o Palácio da Ajuda, a Base Naval do Alfeite, a Estufa Fria , o Hospital do Ultramar, o parque de Monsanto e o Museu dos Coches.

Em Sintra tomaram chá no Palácio da Pena e Banquete no Palácio de Queluz, em honra do Presidente da República português e da sua esposa. A Partida de suas Majestades foi com honras militares.

Pode consultar a reportagem da RTP neste link : https://www.rtp.pt/rtpmemoria/retrovisor/reis-da-tailandia-em-portugal_399

Rainier III e Grace Kelly Príncipe do Mónaco em 1964

Rainier III, príncipe de Mónaco, sua esposa Grace Patricia Grimaldi e os filhos Carolina e Alberto II, chegam a Lisboa no dia 16 de Abril de 1964 e almoçam no Palácio de Queluz a convite do Presidente Américo Tomás.

Visitam o Palácio Nacional de Sintra e a Quinta da Ribafria no dia 12 de Abril de 1964.

Pode consultar a reportagem da RTP neste link : https://arquivos.rtp.pt/conteudos/visita-dos-principes-do-monaco-a-cascais-e-sintra/

Príncipe Filipe – Duque de Edimburgo em 1973

Filipe Mountbatten visitou o Palácio da Vila de Sintra no dia 7 de Junho de 1973 num almoço de homenagem ao Consorte real de Isabel II, oferecido por Marcelo Caetano, presidente do Conselho, no terceiro dia da sua visita oficial a Portugal, a propósito das comemorações dos 600 anos da ligação luso-britânica.

Mais detalhes da Visita Real podem ser consultados no vídeo da visita do Duque de Edimburgo.

Olavo V Rei da Noruega em 1978

O Rei Olavo V da Noruega pernoitou no Palácio de Queluz, visitou o Palácio da Ajuda e a Fundação da Gulbenkian. Visitou as Docas, o Museu da Marinha, o Forte de São Julião da Barra, Cascais, a Lisnave, o Alfeite e a Assembleia da República.

Esteve na Vila de Sintra no dia 22 de fevereiro no Palácio da Vila onde Mário Soares lhe ofereceu um jantar de honra.

Pode consultar a reportagem da RTP da visita ao Palácio neste link : https://arquivos.rtp.pt/conteudos/visita-oficial-de-olavo-v-da-noruega-a-portugal-3/

Juan Carlos I Rei de Espanha em 1978

A Chegada de Juan Carlos I e Sofia a Portugal foi no dia 3 de Maio de 1978 ficando hospedados no Palácio de Queluz. Durante a estadia visitaram o Padrão dos Descobrimentos, a Câmara Municipal de Lisboa, o Palácio da Ajuda entre outros.  

A visita a Sintra decorreu no dia 4 de Maio de 1978 num Banquete em honra de suas Majestades, realizado no Palácio da Vila.

Juan Carlos I e Sofia regressaram mais tarde a Portugal no dia 5 de Maio de 1989.

Gustavo e Sílvia da Suécia em 1986

Os reis da Suécia, Gustavo e Sílvia, chegaram a Lisboa no dia 29 de Setembro de 1986 para uma visita oficial que se prolongou até ao dia 5 de Outubro, naquela que foi a primeira visita de monarcas suecos a Portugal.

Durante a sua estada em Portugal, Carlos Gustavo e Sílvia ficaram instalados no Palácio de Queluz, residência oficial.

No dia 30 de Setembro os monarcas visitam Sintra para um almoço oferecido por Cavaco Silva no Palácio da Vila. Depois do almoço
participaram numa sessão solene na Assembleia da república, visitaram a Fundação Gulbenkian a assistiram a um espectáculo de gala no Teatro Nacional de S. Carlos.

Príncipe Carlos e Princesa Diana em 1987

A viagem, de quatro dias, retribuiu a visita que o Presidente Mário Soares fizera a Londres no ano anterior e coincidiu com a celebração dos 600 anos do casamento (em fevereiro de 1387) do rei português D. João I com Filipa de Lencastre, neta do rei Eduardo III de Inglaterra.

A visita ficou marcada pelo tempo frio e chuvoso e pelos pequenos percalços. No aeroporto de Lisboa, os chapéus de chuva e os autocarros substituíram as passadeiras vermelhas, tão ensopadas que se tornaram impraticáveis. O mau tempo obrigou a mudanças de trajeto automóvel devido a vias obstruídas por árvores caídas.

Durante a visita ao Palácio Nacional de Sintra no dia 13 de fevereiro de 1987, para inauguração de uma lápide e alto-relevo com o busto de Dona Filipa numa das paredes, a cortina que a cobria não desceu, provocando a gargalhada geral.

O ponto alto foi o jantar de gala oferecido pelo Presidente da República, no Palácio da Ajuda, na primeira noite. Diana foi o centro das atenções, de tiara na cabeça, um presente da rainha Isabel II.

Os príncipes de Gales ficaram duas noites no palácio de Queluz e outra num hotel do Porto. Aparentemente Diana ficou encantada com as instalações em Queluz e sobretudo com a cama centenária e romântica, com dossel e colcha de seda em cor de pêssego.

A Princesa Diana a título de curiosidade, numa manha foi nadar às Piscinas da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém.

A visita dos príncipes à mais antiga nação aliada passou para a história como a primeira vez em que se soube que eles dormiam em quartos separados. Foi também a última vez que estiveram juntos como marido e mulher.

Rainha Beatriz da Holanda em 1990

Visita de 3 dias a Portugal. Dia 28 jantou no Palácio de Queluz.

Hassan II Rei de Marrocos em 1993

Hassan II de Marrocos esteve em Portugal nos dias 21 a 25 de Setembro de 1993. Ficou Hospedado no Hotel Ritz em Lisboa.

No dia 23 de Setembro quinta-feira visita o Palácio de Queluz e depois segue para Sintra para um almoço em honra de Sua Majestade o Rei de Marrocos oferecido por Sua Excelência o Primeiro Ministro no Palácio da Vila de Sintra.

Príncipe Filipe da Bélgica em 1997

Visita a Portugal do Príncipe Filipe da Bélgica entre 7 a 10 de Outubro de 1997. No dia 8 de Outubro foi realizado no Palácio de Queluz um jantar em sua Honra.

Imperador do Japão em 1998

Visita de Suas Majestades dos Imperadores Akihito do Japão a Portugal nos dias de 23 a 25 de maio de 1998. Jantaram no Palácio de Queluz no dia 25 de Maio de 1998 numa cerimónia de despedida dos monarcas.

Príncipe Carlos e Camila Parker Duquesa da Cornualha 2011

O Príncipe Carlos e Camila Rosamaria Parker duquesa da Cornualha realizaram uma visita oficial a Portugal entre dos dias 28 e 30 de março de 2011 com passagem por Lisboa, Évora, Odemira e Sintra.

A visita a Sintra e ao Palácio de Monserrate foi no dia 29 de Março de 2011.

Com o Príncipe Carlos e Camila no Palácio de Monserrate acaba a longa descrição das Visitas Reais a Sintra entre 1903 a 2011.

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