O Parque da Pena da Serra de Sintra

O Parque da Pena da Serra de Sintra

O Real Parque da Pena da Serra de Sintra é uma propriedade murada, situada nos cumes da área nascente/oriental da Serra, com altos penedos e pronunciados vales, de exposição preferencial a norte. A altura máxima do Parque encontra-se na Cruz Alta (o pico mais alto da Serra, com 528 metros) e a zona mais baixa é a da Feteira da Condessa, situando-se a casa dos 380 metros.

O Parque da Pena tal como o conhecemos hoje – nasceu do impulso de um homem – o Rei-Consorte D.Fernando II, mais tarde apoiado pela sua segunda esposa, Elise Hensler, a Condessa d’Edla – mas a verdade é que o espaço da Pena apresenta vestígios de ocupação milenar. D.Fernando moldou-o, e criou na sua intramuros um maravilhoso “Parque de Aclimação Florestal” de características verdadeiramente ímpares.

A Pena não é apenas um “jardim”. O Parque é composto por diversos talhões, ao longo dos seus cerca de 200 hectares de extensão, com características muito diversas, servidos por uma extensíssima rede de caminhos – alcatroados ou não -, que se constituem como um verdadeiro e intencional labirinto.

No seu interior, erguem-se construções de rara beleza, como o Chalet da Condessa, o Templo das Colunas (no Alto de Santo António), o Trono (único existente dentro de muros, incluindo o interior do próprio Palácio Real…) ou os Lagos da Pena.

A construção do Parque da Pena

A construção do Parque da Pena iniciou-se em 1839, e estendeu-se durante toda a vida de D.Fernando II. Foi depois continuada pela Condessa d’Edla, até ao momento da apropriação da Pena por parte do Estado. Também a Rainha D.Maria II, primeira esposa de D.Fernando, participou activamente na construção de alguns espaços do Parque, como, por exemplo, o famoso Jardim das Camélias, anexo à Feteira da Rainha (nome que se deve à Rainha D.Amélia).

O Parque é extraordinariamente eclético na sua estruturação, e nele se podem encontrar deste magníficas Feteiras – repletas de Fetos Arbóreos da Oceânia – até florestas de enormes Sequóias da América do Norte. As espécies vegetais foram plantadas nos locais mais indicados, tendo em conta as suas características e os seus habitats de origem, e a Pena ainda hoje apresenta significativa homogeneidade em alguns talhões.

Ainda assim, as circunstâncias da evolução do espaço conduziram a situações não desejáveis, como a proliferação em alguns talhões de espécies invasoras. Por exemplo, as Acácias australianas (Acacia melanoxylon).

É servido por treze portões e cancelas, de entre os quais se destacam o da Pena (dito principal) e do dos Lagos. Completam a lista a Cancela das Vacas, um segundo portão no Vale dos Lago (a poucos metros do actualmente utilizado pelos visitantes), o Portão de Vale Flor, o Portão da Penha Verde, o Portão do Chalet da Condessa, a Cancela da Regueira das Perdizes, o Portão de Santa Eufémia, o Portão da Tapada do Inhaca, o Portão fronteiro à porta giratória do Castelo dos Mouros, o Portão do actual parque de estacionamento e o Portão da Tapada do Forjaz.

Conta com 11 Lagos: os 5 do Vale dos Lagos, o Lago da Feteira da Rainha, o Lago da Preta, o Lago da Concha, o Lago dos Peixes (no sopé do Alto de Santa Catarina), o Lago do Repuxo e o Lago de Cascais (ou Torto). Para além destes, na Pena existem ainda diversas fontes e pequenos tanques, de entre os quais se destaca o Tanque dos Frades, obra que remonta à época de ocupação da zona da Pena por parte da comunidade hieronimita do antigo Mosteiro de Nossa Senhora da Pena.

Os seus pontos mais notáveis são o jardim labiríntico da entrada dita principal, o picadeiro, o alto de Santo António e a estátua do Guerreiro, a Cruz Alta, a Gruta do Monge, o trono do Alto de Santa Catarina, os Lagos (todos), as Feteiras, estufas, a Fonte dos Passarinhos, o Chalet da Condessa, o Alto do Chá, a Abegoaria (em ruína), a zona do Tanque dos Frades/Capela Manuelina e, naturalmente, o Palácio da Pena.

Outras zonas do Parque da Pena são menos conhecidas, e é precisamente por essa razão que este projecto nasceu: é necessário colocá-las no mapa e nos percursos de visita de quantos se deslocam à Pena de Sintra.

Actualmente o Parque da Pena encontra-se sob tutela da Sociedade “Parques de Sintra Monte da Lua, SA.”, empresa de capitais exclusivamente públicos, participada pela Câmara Municipal de Sintra, Instituto da Conservação do Ambiente e Biodiversidade, Instituto de Museus e Conservação e Turismo de Portugal.

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