O Lago de Cascais situa-se na zona sudoeste do Parque, na base ocidental da encosta da Cruz Alta, e faz fronteira com a zona da Regueira das Perdizes, adjacente à Quinta de Vale Flor (esta independente da Pena).
Trata-se de um Lago muito especial dentro do Parque, quer pela localização, quer pela sua beleza muito particular, resultante do enquadramento e das suas características próprias. O Lago encontra-se incluído na planta de 1856, da responsabilidade do Tenente Coronel J.A. d’Abreu.
A referida planta do Parque permite verificar que ao Lago de Cascais se encontrava ligado a uma bacia escavada na terra – mais estreita mas também mais comprida, num nível inferior, hoje vazia, apesar de uma ser servido por uma pequena fonte que vai escoando a água em excesso do Lago superior.
Em tempos a água era mais do que suficiente para encher o Lago e a bacia, sendo que Mário de Azevedo Gomes chega a afirmar que se deveria fazer obra de maior significado naquela zona.
Características do Lago de Cascais
Apresentando uma forma entre o redondo e o oval, é revestido a macadame (tal como outros lagos e edificações do Parque), tipo de revestimento asfáltico desenvolvido pelo escocês John Loudon McAdam, na primeira metade do século XIX.
O enchimento é feito por via de uma bica que debita incessantemente água no Lago, e que se encontra localizada numa das suas paredes, no lado sul, sendo o fluxo de água proveniente da encosta da Cruz Alta.
As suas águas encontram-se normalmente cobertas de algas verdes flutuantes (fitoplâncton), que dão ao lugar uma cor muito bonita. Não apresenta todavia peixes (carpas) nem aves aquáticas (patos ou cisnes) como acontece no Vale dos Lagos.
Os seus habitantes mais visíveis parecem ser pequenos anfíbios apesar de ter sido construido para servir de viveiro e albergar espécies de peixes em falta nos rios e lagos de Lisboa e Sintra.
É servido por uma caminho estreito que o circunda, fora da estrada, sendo que uma via principal do Parque – asfaltada – ali passa.
De acordo com a Monografia do Parque da Pena, o seu nome “Lago de Cascais” evoca a ligação da família real à Vila costeira de Cascais, mas a sua antiguidade (remonta à primeira fase da construção do Parque) sugere que essa não seja a explicação real para a denominação hoje, como então utilizada.
Registo ainda para uma bonita Tuia existente junto ao Lago, ao lado da qual se encontra um banco de pedra, ideal para descansar durante uma incursão a esta zona tão esquecida e pouco visita da Pena. O lugar, marcado pelo silêncio e pelo isolamento, é dos mais belos que o Parque alberga.