Descubra aqui as datas que fizeram a história de Sintra entre os anos de 1801 a 1900
Séc. 19 – Adaptação a residência sazonal por iniciativa de D. Fernando II, sendo denominada Villa de São Miguel, antes da edificação do Palácio da Pena.
Séc. 19 – A propriedade da Quinta do Relógio pertencia ao Padre Jerónimo.
Séc. 19 – Obras de restauro no Paço Real levadas a cabo por Rosendo Garcia de Araújo Carvalheira.
Séc. 19 – É proprietário da quinta de São Sebastião Henrique Teixeira de Sampaio, único barão de Teixeira (1818) e 1º conde da Póvoa (1774-1833).
Séc. 19 – Alexandre Herculano hospedou-se na propriedade do Convento do Carmo.
Séc. 19 – A Quinta das Murtas é mandada edificar por Eduardo Vanzeller, um holandês abastado, para a sua filha Cecília.
1801 – João António Lopes Fernandes edifica para Máximo José dos Reis, último capitão-mor de Sintra, a Quinta da Alegria (então conhecida por Quinta da Cruz).
1801 – A Câmara Municipal cede ao marquês o aforamento do Campo de Seteais, com a proibição de o fechar ao público e a obrigação de manter sempre duas portas abertas com serventia para o passeio público e de cuidar da manutenção das árvores e plantas; o não cumprimento das condições impostas implicaria a perda do domínio útil por parte do marquês.
1801 – 1802 – Obras de transformação do Palácio de Seteais e corpo das cavalariças, virando-se a fachada principal do palácio para o Campo de Seteais e construindo-se um corpo simétrico do lado oposto, correspondente às antigas cavalariças.
1802 – Por ocasião da visita do Príncipe Regente, D. João VI e de sua esposa, D. Carlota Joaquina, o marquês manda unir as construções no Palácio de Seteais através de um arco triunfal, unificando o conjunto e imprimindo simetria à fachada principal do palácio, e no qual mandou colocar no centro um medalhão com as efígies de D. João (príncipe regente) e de sua mulher D. Carlota Joaquina, que habitualmente frequentavam o Palácio; a feitura do arco é atribuída a Francisco Leal Garcia segundo projecto do arquitecto Costa e Silva.
1803, 14 Agosto – morre o Marquês de Marialva.
1803 – Por falecimento do 5º marquês de Marialva, a quinta do Espingardeiro passa para a posse da sua neta D. Maria Francisca Sousa Ligne (duquesa de Cadaval por casamento com o 6º duque).
1804, 10 Janeiro – encomenda de madeira para construção do Palácio de Seteais.
1804 – Procedimento de averiguação da distribuição da água da Sabuga e seus sobejos, bem como a clarificação do direito da sua utilização.
1804, Jul. – Provisão do Príncipe Regente, afirmando que a distribuição das águas e inspeção das fontes públicas é da competência exclusiva da Câmara Municipal.
1804, Ago. – Pedido de informação do Príncipe Regente ao Juiz de Fora acerca dos motivos em que a Câmara se fundamenta para pretender o domínio da jurisdição da água.
1804, Set. – No seguimento de uma vistoria efectuada pelo Juiz de Fora Manuel de Oliveira Pinto, acompanhado por um escrivão, um mestre pedreiro dos Paços Reais e um oficial de pedreiro, conclui-se não haver sobejos de água da fonte da Sabuga.
1805 – Pela última vez no Pelourinho de Sintra foram expostos alguns condenados.
1807 – Os soldados franceses, sob o comando do general Thomières, roubam, em Sintra e Colares, gados, celeiros, e adegas, saqueando, ainda, as igrejas.
1807 – Na Quinta da Regaleira- construção de uma casa, um miradouro e um jardim com um grande tanque e grutas.
1808, 30 Agosto – segundo alguns autores terá sido, assinada a «Convenção de Sintra» pela qual as tropas francesas abandonaram Portugal, no Salão Nobre deste Palácio de Seteais.
1809 – Byron visita Sintra e inspira-se para escrever a Peregrinação de Childe Harold, onde lhe chama o “Glorioso Eden”.
1809 – Lord Byron visita a propriedade do Palácio de Monserrate.
1809 – Alguns ilustres dizem que terá sido no Lawrence’s que Lord Byron terá escrito excertos do livro “Childe Harold’s Pilgrimage”.
1809 – Na Quinta da Regaleira registo de servidão de água, referente a oito minas e a um aqueduto conhecido como Aqueduto do Vale dos Anjos.
1810 – A Quinta do Pisões a é vendida a Máximo José dos Reis, Capitão-mor de Sintra, no seguimento de uma execução movida contra António Valeriano de Sousa Prego.
1812- Morre a Condessa de Rio Maior ficando a Casa Italiana para os herdeiros.
1812 – Por deliberação camarária são colocadas luminárias na torre do Relógio por ocasião do nascimento de um Infante.
1815, 11 Fevereiro – uma acta de reunião da Câmara refere a existência de um relógio na torre do Relógio.
1816 – 29 De Outubro nasce Dom Fernando II de Portugal (batizado Fernando Augusto Francisco António de Saxe-Coburgo-Gota-Koháry.
1818 / 1823, entre – era rendeiro do Palácio de Monserrate Pedro de Oliveira, o qual pagava 500$00.
1819 – 4 De Abril Nasce D. Maria II de Portugal de nome Maria da Glória Joana Carlota Leopoldina da Cruz Francisca Xavier de Paula Isidora Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança.
1820 – João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun, passa a estanciar em Sintra, à semelhança da Corte, permanecendo aí grandes temporadas.
1820, 6 de Maio – são colocadas luminárias na torre do Relógio para celebrar o aniversário de D. João VI.
1820 – Os oficiais de Wellington alojam-se na Quinta da Alegria.
1821 – Descrição romântica do Palácio de Monserrate pela viajante inglesa Mariana Baillie: a quinta era constituída por árvores de fruto e regada por quedas de água; a casa estava ao abandono, mas refere que as portas entalhadas dos melhores quartos ainda estavam intactas, restos de cristais nas portas envidraçadas, e a sala de música ser redonda.
1822 – Reedificação da antiga Cadeia da Vila, a cargo do empreiteiro Pedro d’Oliveira.
1822, 4 Maio – reparação do mecanismo do relógio na torre do Relógio.
1823, 26 – Outubro – são colocadas luminárias na torre do Relógio para celebrar o aniversário do infante D. Miguel.
1826, Janeiro – publicação de uma litografia colorida de F. Nicholson do Palácio de Monserrate feita segundo desenho de James Bulwer, mostrando a estrutura exterior primitiva sem alterações.
1826 / 1830, entre – arrendamento da quinta do Palácio de Monserrate a João Rodrigues que pagava anualmente 400$00.
1827 – Concedido o título de 1º Conde de Saldanha a João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun neto do Marques de Pombal
1828 – A Relação das Rendas demonstra a existência de apenas 2 monges no Mosteiro da Pena(1 sacerdote e 1 leigo), 1 prelado e 2 criados.
1829 – Gravura de Schiopetta representando o primitivo palácio da Quinta do Relógio.
1830 – O Conde de Saldanha decide adquirir uma quinta, por 30 contos de reis, implantada na encosta da serra de Sintra, para aí construir uma casa de campo.
1830 – A Igreja de São Pedro de Penaferrim e envolvência é representada numa litografia de Burnett.
1830 – Estando em Sintra, D. Miguel manda abrir o afamado Túmulo dos Dois Irmãos, na tentativa de verificar a veracidade da lenda, mas descobrem-se apenas a ossada de um único indivíduo.
1830 – A Quinta da Torre é herdada por Dr. Manuel Bernardo Lopes Fernades. Passa a designar-se Quinta da Regaleira.
1830, 7 de Abril – Abertura do Tumulo dos Dois Irmãos tendo-se encontrado apenas uma ossada não sendo possível identificar de quem se trata. Ficou destruída a antiga lenda.
1830 – Litografia de William Hicking Burnett imortaliza a zona da capela no Castelo dos Mouros.
1830 / 1837 – William Hicking Burnett executa a sua série de gravuras de temática sintrense.
1830 / 1837 – Segundo gravura de William Hicking Burnett, no Convento dos Capuchos os degraus de acesso à Capela de Santo António eram ladeados por murete de curva côncava.
1830 / 1837 – Uma gravura de William Hicking Burnett mostra o Pelourinho original implantado na Praça Velha, junto ao Hospital da Misericórdia.
1830 / 1837 – Gravura de William Hicking Burnett no Paço Real mostra o Repuxo já sem tanque.
1830 / 1840 – Várias gravuras, duas de William Hicking Burnett (de 1830 / 1838), uma de George Vivian (de 1839) e outra Célestine Brélaz (de 1840), representam a torre do Relógio de forma diferente, designadamente no que diz respeito às sineiras.
1833 – O Rei D. Pedro nomeia o Conde de Saldanha a Marechal do exército.
1833, 14 Janeiro – confirmação do título de Conde de Saldanha.
1834 – São feitos diversos melhoramentos no edifício principal da Casa da Quinta do Saldanha.
1834 – A extinção das ordens religiosas no país leva ao abandono e alienação dos conventos sintrenses.
1834 – Expulsão das ordens religiosas, implicando a dispersão do recheio do Convento da Trindade, vendido em hasta pública a Máximo José dos Reis, capitão-mor de Sintra, a António Gomes Barreto, Administrador do Concelho e a Joaquim Duarte; segundo o inventário elaborado “a igreja he toda d’abobada muito clara e no seu tanto perfeita. Consta de três altares o primeiro é o da Capela Mor se divide hum arco de pedra proporcionado e com boa direcção. Tem suficiente Retabulo fingido de pedra com quatro colunas com seus Capiteis e por sima do remate a Santíssima Trindade em figuras de baixo relevo ornado igualmente com tres Imagens grandes de boa esculptura ainda que mal tratadas pelo tempo.”; auto de arrematação a favor do então Marquês de Saldanha, João Carlos Gregório Domingues Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun (1790-1876), do direito de arrendamento do convento e sua cerca pelo prazo de um ano.
1834 – Como consequência da extinção das ordens religiosas o Convento dos Capuchos é adquirido pelo 2º conde de Penamacor, D. António de Saldanha Albuquerque e Castro Ribafria (1815 – 1864), descendente de D. João de Castro.
1834 – À data da extinção das ordens religiosas o Mosteiro da Pena estava já desabitado e ficou ao abandono, com as chaves ao cuidado do abade de Penha Longa, mantendo-se apenas a igreja aberta ao culto; foi ordenada a inventariação dos bens do mosteiro, vendidos em hasta pública.
1834, 7 Julho – Na sequência da extinção das ordens religiosas, o Juíz de Fora e do Cível de Sintra, acompanhado de um fiscal, tomou posse do Convento da Penha Longa e enviou à Fazenda Pública o rol dos seus bens.
1834 – Na sequência do decreto liberal que determina a expulsão das ordens religiosas, a propriedade do Convento do Carmo é adquirida e transformada em habitação.
1834 -. O duque de Saldanha promove as primeiras obras de renovação do seu palacete em Sintra, dotando-o de prospecto neomedieval, tendo inclusive aplicado na capela adjacente um pórtico manuelino proveniente do desactivado Convento Jerónimo da Penha Longa que adquirira entretanto.
1834, Agosto – por sentença de partilha, sucede na posse de Seteais a filha mais nova do marquês, D. Joaquina de Menezes, Marquesa do Louriçal.
1834 – 1846 – D. Joaquina de Menezes passa a temporada de Verão no Palácio de Seteais onde manda realizar alguns melhoramentos.
1835 – O extinto convento da Trindade é avaliado em 1.200$00, excluindo a igreja e suas pertenças.
1835, 15 Abril – é tornada pública a decisão de venda do Convento da Penha Longa e seus bens, com a publicação do respectivo Decreto.
1835 – A propriedade do Convento da Trindade é adquirida pelo marechal Saldanha.
1835 – A grande maioria das obras da quinta do Saldanha já estavam concluídas; é colocada no jardim uma fonte neomanuelina que possui no arco do frontão uma inscrição em verso retirada dos” Lusíadas” e alusiva a Sintra.
1836, 29 Março – uma Portaria exclui de venda a igreja do Convento da Penha Longa por ali se conterem objectos de arte notáveis”.
1836, 13 Abril – uma deliberação camarária estabelece um ordenado de 60.000 reis anuais para o carcereiro, com obrigação de cuidar do relógio na torre do Relógio.
1836, 13 Abril – No Convento da Penha Longa é publicado na folha oficial a lista dos bens vendáveis com o respectivo valor e nessa mesma data a propriedade foi arrematada em hasta pública por João Carlos de Saldanha de Oliveira e Daun, 1º conde, marquês e duque de Saldanha.
1836 / 1839, entre – novo arrendamento da quinta do Palácio de Monserrate a João Rodrigues por 350$00.
1837, 28 Janeiro – na acta da reunião camarária refere-se o arrendamento da casa do 1º piso da torre do Relógio. Em 22 Novembro – a casa é arrendada a António Rodrigues Ferreira.
1837 – Por falecimento do 2º conde da Póvoa, João Maria de Noronha e Sampaio (1826-1837), a propriedade da Quinta de São Sebastião passa para sua irmã D. Maria Luísa de Sampaio de Noronha, duquesa de Palmela pelo seu casamento (do ano anterior) com o 2º duque D. Domingos de Sousa Holstein (1818-1864), passando a propriedade a integrar os bens dos Palmela.
1838 – Referência em “Cintra Pitoresca”, pelo Visconde de Juromenha, mencionando a Quinta da Regaleira como tendo pertencido a “…hum clérigo, o qual lhe mandou pôr as cruzes de via sacra na rua principal que conduz à fonte…”.
1838 – As suas torres do Castelo dos Mouros estavam em ruína.
1838 – D. Fernando de Saxe Coburgo comprou o mosteiro com as suas casas de hospedaria, cerca, terras de semeadura, pinhal e mata por 761.000 reis, e a vizinha Quinta da Abelheira e Capela de São Miguel, num total de 200 ha,, iniciando obras de restauro e ampliação para adaptação a residência de Verão, incluindo a Calçada de São Pedro para acesso ao imóvel; os primeiros planos foram executados por Possidónio da Silva, embora não viessem a ser concretizados; Sintra internacionaliza-se e inúmeros aristocratas europeus instalam-se em Sintra.
1838 – O visconde de Juromenha publica a “Cintra Pinturesca, ou Memoria Descriptiva da Villa de Cintra, Collares e Seus Arredores” e que constitui a primeira monografia histórica de Sintra.
1838 – Segundo o Visconde de JUROMENHA na Quinta da Penha Verde “eram as primeiras casas do Vice-Rei térreas, é no sítio onde hoje há a casa do caseiro; e igualmente da primeira fundação a Ermida de Nossa Senhora do Monte, a qual mandou fazer para sua sepultura”; refere ainda que o altar da capela de São João Baptista tinha sobre uma peanha de pedra preta a imagem do orago em jaspe e do lado do Evangelho a imagem de São Pedro em barro vidrado e do lado da Epístola, do mesmo material a de São Paulo.
1838 – O visconde de Juromenha, na sua Cintra Pituresca, refere que a igreja de São Pedro de Penaferrim se encontrava em ruínas, que ainda havia memória da figuração de São Pedro pintada na capela-mor , e que sobrevivia uma imagem pétrea do orago na capela de Santa Eufémia.
1839 – Planta de Nicolau Pires, representando o Mosteiro da Pena antes do restauro, com claustro quadrangular, torre, igreja, sacristia, coro e hospedaria.
1838 – D. Maria II e D. Fernando instalam-se no Paço de Sintra durante as obras do Palácio da Pena.
1839 – Aquisição de nova corda para o relógio na torre do Relógio.
1839, venda do chumbo das coberturas do Palácio de Monserrate
1839 – No Parque da Pena compraram-se nove alqueires de castanhas e meio alqueire de bolotas pela quantia de 3.120 réis e empregaram-se vinte e três trabalhadores para as cavas e sementeiras da mata; plantaram-se trinta e nove abetos, três Pinus larix e catorze nogueiras. Limpeza e fertilização do terreno destinado à plantação dos cedros no jardim inglês, que ficava por trás da abegoaria construída mais tarde.
1840 – Escritura de aforamento de D. Fernando II tomando a seu cargo a conservação e melhoria do castelo, para a qual pagaria de foro 240 reis anuais; consolidou-lhe as muralhas, arborizou-o, abriu percursos de acesso, criou recantos de contemplação; procedeu a obras de conservação na capela, visíveis sobretudo na parede Sul e respectiva entrada, fachada Oeste e ábside; junto ao flanco Sul da capela fez monumento destinado a recolher ossadas que fossem encontradas e plantou uma árvore no centro da nave; a reforma do recinto foi orientada pelo Barão von Eschewege Coronel do Real Corpo dos Engenheiros.
1840 – A igreja de São Pedro de Penaferrim é representada numa litografia de Manuel Luiz, feita a partir de um desenho de Célestine Brelaz.
1840 – Segunda fase das obras no Mosteiro da Pena com reformulação e ampliação do projecto inicial sob a direcção do engenheiro militar Barão von Eschwege, segundo plantas de Nicolau Pires, estando o mestre pedreiro João Henriques encarregue de supervisionar e acompanhar a execução das obras, coordenando os operários e o estaleiro; nas obras foram utilizados alguns materiais e estruturas provenientes do Convento da Penha Longa.
1840 – D. Fernando faz pagar à firma inglesa, Alexander Adams, 29.663 réis de plantas e árvores que vieram de Londres para a Pena.
1840 – A 1ª baronesa da Regaleira, D. Ermelinda Allen Monteiro de Almeida, filha de um negociante e cônsul inglês, compra a Quinta da Torre, empreendendo grandes obras.
1840- A Casa do Porteiro na Quinta da Regaleira é referida na carta topográfica e cadastral da região de Sintra.
1840 – Representação da casa numa litografia de Manuel Luiz, feita sobre desenho de Celestine Brelaz na Quinta do Pisões.
1840 – Litografia de Manuel Luiz com desenho de Célestine Brélaz retratando o palácio de Monserrate sem telhado sobre o corpo central.
1840 – Uma litografia de Manuel Luís, efectuada com base num desenho de Célestine Brélaz, representa a fonte dos Pisões na sua configuração setecentista.
1840, 13 de Outubro – o proprietário do Convento do Carmo, o Conde de Lavradio, pede autorização ao Cardeal Patriarca para retirar os corpos que estavam sepultados na Sala do Capítulo, para que este a possa transformar em casa de jantar; em 15 de Outubro a autorização é concedida.
1841 / 1843 – No Mosteiro da Pena ampliação do largo onde existia o adro da igreja e levantamento de muros; ergue-se a torre (uma estilização da Torre de Belém); encomenda de vitrais a Nuremberga para a Capela, mas cuja temática indicia um desenho português, talvez efectuado pelo Visconde de Meneses
1840-1849 – Construção do Palácio da Pena e do respectivo parque botânico (concebido pelo monarca em 1846), plantando-se milhares de árvores e plantas oriundas de todos os continentes.
1841- 1844 – Empreitada para cobrir de saibro os passeios do jardim inglês no Parque da Pena e contratação de pessoal para partir pedra aí necessária.
1842, 30 Junho – o Diário do Governo pormenoriza as obras Fernandinas: alterações no claustro, na igreja e no que subsistia das dependências conventuais no Palácio da Pena.
1842 – Convento da Penha Longa passa à posse da firma C.D. & A.H. Lindenberg, que, por portaria de 9 de Set, consegue que o Estado lhe venda a igreja do Convento.
1843 – Segundo litografia de Michelis, encontram-se a ladear o arco triunfal no Palácio de Seteais, dois nichos com estatuária agora desaparecidos.
1843 – Na gerência do engenheiro Gaudêncio Fontana, o faro do Cabo da Rocal sofreu importantes alterações, com a montagem de um novo aparelho de rotação, composto de dezasseis candeeiros de Argand com reflectores parabólicos.
1845 – Obras na fonte de Santa Eufémia por iniciativa do Conde de Carvalhais, D. José Maria de Almada Castro Noronha da Silveira Lobo (1779 – 1854).
1845, Setembro – exumação e transladação dos corpos do Convento do Carmo que estavam sepultados na Sala do Capítulo, inclusive do Frei Estêvão da Purificação, para junto da Capela da Sacra via.
1846 – Morre D. Joaquina sem herdeiros ascendentes e descendentes, pelo que toda a propriedade do Palácio de Seteais passa para o sobrinho, D. Nuno José de Moura Barreto, 1.º Duque de Loulé e futuro Grão-Mestre da Maçonaria Portuguesa.
1846, 4 Novembro – é concedido o título de 1º Duque de Saldanha a a João Carlos Gregório Domingos Vicente Francisco de Saldanha Oliveira e Daun neto do Marques de Pombal.
1846 / 1487 – No Mosteiro da Pena as obras prosseguem e são entregues ao mestre João Henriques; o parque começa a ser delineado pelo Rei, sendo os trabalhos entregues a Eschewege e a Wenceslau Cifka; colocação de espécies arbóreas provenientes da Floresta Negra; encomenda da mobília para a casa de jantar à firma Barbosa e Costa e do serviço de jantar à Companhia Pickman.
1848 – Data do vitral da capela no Mosteiro da Pena.
1848 – Convento da Penha Longa arrematado em hasta pública pela firma Bessones e Barbosas, que empreende diversas obras, nomeadamente reconstrução da igreja.
1848 – A propriedade do Convento da Trindade era já pertença do conselheiro Marino Miguel Franzini.
1848 – O Dr. Bernanrdino Egídio da Silveira e Castro cria um estabelecimento de banhos público de água fria, dando origem à toponímia do local, a denominada “Volta do Duche”.
1849 – Conclusão das obras no Parque da Pena.
1849 – Por falecimento de Máximo José dos Reis, a Quinta do Pisões passa para a posse de sua filha Libânia e para o seu marido Michael David Gallway.
1849 – Quadro a óleo de Hoffmann, com Monserrate visto da estrada de Colares, já sem os telhados cónicos nas torres laterais.
1849, 29 Outubro – Pagamento pela Câmara de 4.800 reis a João Pereira Pinto, por uma reparação do relógio na torre do Relógio.
1850 – Ergue-se o pavilhão Neo mourisco da Quinta do relógio, segundo projecto do arquitecto António Tomás da Fonseca; A Fonte da Sabuga é melhorada. É criada a Assembleia Philarmonica de Cintra, por iniciativa de António Marçal da Silva Rosa. O capitão Abreu executa o primeiro levantamento cartográfico da Vila de Sintra
1850 – No Parque da Pena foram plantadas sete laranjeiras, quatro pereiras e noventa macieiras; foram plantadas duas mil duzentas e setenta e sete árvores; a Condessa de Edla herda o Palácio.
1850 – A fonte da Sabuga é registada na planta de Sintra e terá tido uma lápide com a mesma data, a qual corresponde a uma campanha de obras de beneficiação e restauro.
1850 – O Hotel Lawrence´s passa a ser dirigido por Jane Lawrence Oram que foi imortalizada por Eça de Queiroz em “Os Maias”; é adquirido pelo inglês Duran, que o rebatizou de Hospedaria Inglesa; Outros serviços se prestam neste Hotel.
1850 – Uma planta do Paço de Sintra da autoria do capitão de engenheiros José António de Abreu, confirma a localização do Pelourinho de Sintra.
Séc. 19 – Segundo António A. R. da Cunha, vários estrangeiros endinheirados tentaram comprar o Palácio de Monserrate bem como D. Fernando, que pretendia construir uma estrada pela serra ligando a Pena a Monserrate, no entanto nunca consegui chegar a um acordo.
1851,24 de Janeiro – o Veleiro Spy ,que transportava milho destinado a Francis Cook naufragou a 20 milhas do Cabo da Roca ,os seus tripulantes foram salvos pela embarcação Nazaré Sant´Ana.
1851 – A propriedade da Quinta do Relógio pertencia ao 16º Conde de Redondo e Vedor da Casa Real, D. Luís Gonzaga de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses, filho do anterior proprietário o 2.º Marquês de Borba e 15.º Conde de Redondo, D. Fernando Maria de Sousa Coutinho Castelo Branco e Meneses.
1851 – Data de manuscrito anónimo descrevendo o Palácio de Seteais como “… sequência de sallas, sendo muito espaçosa a de dança, seguindo a huma galeria de lindos gabinetes que rodeão todo o palácio no centro do qual à huma espaçosa e elegante escada para o andar inferior, onde há outras sallas e a grande casa de jantar ao nível e com portas para o jardim …”.
1851 – A Rainha D. Maria II escreve a D. Fernando narrando que resolvera com o jardineiro Bonard, a transferências das camélias que havia no terraço das Necessidades.
1851 – 20 Outubro – nascimento de Victor Carlos Sassetti, em Sintra, que viria a ser proprietário do Hotel Victor em Sintra e do Hotel Braganza em Lisboa.
1852 – Encomenda e aplicação de vitrais a Nuremberga para o Salão Nobre e conclusão do restauro da capela.
1852 – Gravura anónima da quinta do Palácio de Monserrate retrata o edifício apenas com as paredes mestras, sem telhados, janelas ou portas.
1852 – A maquinaria do relógio ainda não estava ligada aos sinos na torre do Relógio.
1853 – Assentamento das colunas torsas no exterior do Palácio da Pena.
1853 – Parque da Pena – construção das estufas onde se criava ananases, espargos, morangos, begónias tuberosas raras e rosas do japão.
1853 – 15 De Novembro – treze horas após o início do trabalho de parto do natimorto infante Dom Eugênio, seu 11º filho, Dona Maria II morreu, aos 34 anos de idade no Paço das Necessidades.
1854, 15 de Abril – D. Ermelinda é elevada a Viscondessa da Regaleira e renova o título de baronesa na sobrinha, D. Maria Isabel Allen, passando esta a ser a 2º baronesa e herdeira de sua tia.
1854, 10 Maio – em sessão da Câmara o vereador José Joaquim Roquette solicitou licença para o ferrador Lino José dos Reis fechar o terreno junto à porta de serventia da Sacristia e Coro da Misericórdia, onde tinha a sua loja, e apear o Pelourinho “para decência e asseio público”, assim o ferrador destruiu o monumento, empregando a cantaria nos alicerces e muros da sua casa, então em construção.
1854 – Parque da Pena – aprovação da planta do jardim das camélias; foram transportadas da Tapada das Necessidades cento e cinquenta camélias numa primeira remessa e quatro centas e quarenta e nove noutra; Do mesmo sítio chegam vinte e cinco araucárias; início da plantação do “alto do chá” com oito árvores do chá.
1854 – Demolição, por proposta do vereador José Joaquim Roquette, do pelourinho manuelino de Sintra.
1854 / 1857 – Decoração dos interiores e aplicação de estuques no Palácio da Pena.
1855, 2 de Abril – D. Maria Isabel Allen recebe a quinta da Torre ou da Regaleira por herança.
1855 – D. Fernando manda transferir para a Tapada de Mafra um veado, duas corças, um gamo e duas gamas acabando com a tapada dos veados. D. Fernando II avançou inicialmente com a ideia de criar uma reserva de caça grossa mas a pedragosidade do parque feria constantemente os animais impedindo a sua continuação.
1855, 13 Agosto – morre na quinta do Saldanha D. Maria Teresa Margarida Horan Fitzgerald, Duquesa de Saldanha.
1855 (Outubro, 24) – publicação do decreto que extingue os concelhos de Colares e Belas, cujos territórios integram o termo de Sintra.
1855 – Construção da Villa Roma por Carlos Mourato Roma.
1855 – Venda da propriedade da Quinta do Espingardeiro ao 2º marquês de Valada, D. José Meneses da Silveira e Castro (1826-1895), oficial-mor da Casa Real.
1855 – D. José Maria de Castro e Almeida Pimentel de Siqueira e Abreu regressou da Índia com a sua família.( Palácio de Monserrate).
Séc. 19, anos 60 – construção do palacete da Quinta do Relógio, por ordem de Manuel Pinto da Fonseca, conhecido como o Monte Cristo, na quinta que anteriormente pertencera a B. H. Metznar conforme projecto de António Manuel da Fonseca Júnior. B. H. Metznar teria mandado construir uma casa com uma torre ostentando o relógio, que se encontra na origem da designação da propriedade. Thomas Horn terá edificado, naquele local, uma outra casa, virada para a rua.
1856, 12 Setembro – o Duque de Saldanha casa em Londres, em segundas núpcias com D. Carlota Isabel Maria Smith.
1856, 13 Setembro – após a morte do pai aos 91 anos, sucedeu-lhe o filho menor D. Luiz Caetano; a viúva, D. Veridiana Constança Leite de Sousa e Noronha, com autorização do conselho da família, realiza contrato de sub-rogação em inscrições da quinta de Monserrate ao rico negociante inglês Francis Cook ( 1817-1901), segundo filho de William Cook de Wymondham e de Mary Lainson; o valor nominal da sub-rogação foi de 40.000$000; nesse ano, Francis Cook residiu na Quinta de São Bento, perto de Monserrate.
1856 – Realização de uma planta rigorosa do Parque da Pena pelo Tenente Coronel J. A. de Abreu.
1856 – Francis Cook compra a Quinta de Monserrate.
1856 – Grande surto de Cólera morbus na região.
1857, 25 Abril – Pagamento pela Câmara de 2.680 reis a António Maria da Silva, pela reparação do relógio na torre do Relógio colocando-lhe roldanas novas, madeira e ferros.
1858 – Francis Cook encomenda ao Arquitecto James Knowles Jr. o projecto de reconstrução do Palácio de Monserrate.
1858 – Novembro – Construção, segundo traço de Knowles e a mando de Francis Cook, de novo palacete em Monserrate. Plantação do exótico parque, sob orientação de Burt e, depois de 1887, de Oates.
1860, 23 Fevereiro – chega a Portugal Elise Frederica Hensler, cantora de origem alemã e que recebeu o título de Condessa da Edla, do Príncipe Ernesto II, de Saxe.
1860 – A freguesia de São Miguel é extinta e a sua área anexada à paróquia vizinha que toma, então, a designação de Freguesia de Santa Maria e de São Miguel.
1860 – D. Fernando II restaura o Castelo dos Mouros e procede à florestação da cerca e da sua envolvente.
1860 / 1870 – Construção de um palacete, no local do antigo matadouro da vila, destinado a residência sazonal do abastado Conde de Valenças, Luís Leite Pereira Jardim (1844 – 1910), casado com a herdeira da família Anjos, D. Guilhermina Anjos (1853 – 1919); o projecto foi executado por Giuseppe Luigi Cinatti (1808-1879).
Séc. 19, 2.ª metade – construção do chalé, segundo projecto da Condessa no Parque da Pena.
1860 e 1863 – depois da promulgação da legislação abolindo vínculos e morgados, procedeu-se à venda completa da quinta a Francis Cook; James Knowles inicia as obras de remodelação do palácio, aproveitando as suas antigas estruturas e mantendo as áreas da primitiva construção, acrescentando uma pequena galilé no torreão E. e uma outra voltada a Sul; plantação e construção do jardim e parque, plantado pelo jardineiro Burt, que, tal como o arquitecto foi trazido de Inglaterra, e onde Francis Cook manda colocar inúmeras peças por ele adquiridas em diversas viagens, de forma a criar diferentes cenários e ambientes, nomeadamente um arco indiano que fazia parte do espólio de guerra de uma revolta de marajás; concluído o edifício e dependências, o casal Cook Francis Cook e Emily Martha Lucas passa a residir em Portugal dois a três meses por ano.
1862 – No Parque da Pena as sementes de palmeira são envasadas e abrigadas na estufa.
1862- Data da morte de Carlos Mourato Roma; a casa Villa Roma passa a pertencer a uma das suas quatro filhas, Paulina Roma, que casa com José Inácio Machado de Faria e Maia. A casa com residência de verão continua a albergar a família entre eles José Vicente Barbosa du Bocage, genro de Carlos Mourato Roma, fundador do Museu de História Natural, e que mais tarde dá o nome à rua.
1863 – Morre o 16.º Conde de Redondo.
1863 – Paço Real – campanha de redecorarão de carácter revivalista com especial incidência no mudéjar, como memória árabe, e manuelino, nomeadamente nos vãos do corpo principal e ala manuelina, pátios e revestimentos azulejares, da responsabilidade do arquitecto Joaquim Possidónio da Silva.
1865 – Levantavam-se vozes críticas contra a eficácia do farol do Cabo da Roca.
1867 – Ergue-se, em São Pedro de Penaferrim, a chamada Fonte do Conde de Sucena.
1867 – Vilhena Barbosa descreve Palácio de Seteais em ruínas mas ainda forrado com sedas e o jardim abandonado.
1867 – Chalé da Condessa está pronto a receber trabalhos de estuque e pintura por Sebastião Ribeiro Alves.
1867 –Adrenunes passa a ser conhecido como sítio arqueológico.
1868 – Conclusão das obras no Palácio da Pena que importaram em mais de 400 contos.
1869 – D. Fernando II casa-se com a condessa d’Edla. Início da construção, no Parque da Pena, do Chalé da Condessa d’Edla, desenhado pela própria condessa.
1869 – O 3º Conde de Penamacor, António Maria de Saldanha Albuquerque Castro Ribafria Pereira (1841 – 1911) hipoteca a Quinta da Penha Verde por 4493$700, valor das joias da Condessa de Penamacor.
1870 – São publicadas as fotografias mais antigas de monserrate ilustrando o poema de Thomas of Ercildoune: Fairylife in Fairyland
1870, 7 Junho – por decreto o rei D. Luís eleva Francis Cook a Visconde de Monserrate; este ampliou progressivamente a quinta comprando várias propriedades são elas: Quinta de São Bento, Quinta da Infanta, Quinta da Cabeça, Quinta da Ponte Redonda, Quinta da Bela Vista, Quinta de São Tiago, Quinta de Pombal, Quinta das Bochechas, Quinta da Boiça, Quinta da Bela Vista e as terras a Sul da estrada, frente a Monserrate, e o Convento dos Capuchos com a respectiva cerca. Para além disso, Cook comprou a Quinta Pequena e a Quinta Grande, a Quinta do Cosme e a da Sanfanha, depois revendidas a vários; abriu escolas primárias em Galamares e Colares para os filhos do seu pessoal, constituído por cerca de 300 pessoas.
1870 – o Duque de Saldanha manda construir no jardim da casa uma estátua, de alegoria à Fé, desenhado pelo arquitecto Possidónio da Silva; cujo pedestal ostenta em dois escudos ornamentados um texto epigrafado da sua autoria; o Duque é nomeado embaixador em Londres, sendo a propriedade vendida a uma família inglesa.
1871, 25 de Fevereiro – registo da Quinta da Regaleira na conservatória, sendo constituída por casas nobres e oficinas, árvores silvestres, jardins e pomares, e o seu valor era de dez contos de réis.
1873, 27 Maio – a propriedade da Quinta da Penha Verde é arrendada a Sir Francis Cook, 1º visconde de Monserrate.
1873, 28 Maio – é nomeado carcereiro João Pereira Pinto, o qual já exercia, interinamente, o cargo de relojoeiro desde o ano anterior na torre do Relógio.
1873 – Aquisição da propriedade do Convento dos Capuchos por Sir Francis Cook, 1º visconde de Monserrate.
1873 – Inauguração da linha ferroviária do tramway Larmanjat que trabalhava sobre uma única calha central e fazia a ligação de Lisboa a Sintra.
1873 – Nasce, em Sintra o jornalista Avelino de Almeida.
1874, 26 Out. – por morte de Marino Franzini, a propriedade do Convento da Trindade passa para a viúva, D. Carlota Sebastiana Gervasoni Franzini.
1875 – Morre o D. Nuno Barreto.
1875 – Campanha de obras de remodelação, conservação e restauro da fonte da Mata Alva, realizadas por iniciativa e a expensas de Sir Francis Cook, 1º visconde de Monserrate, proprietário da vizinha propriedade homónima (desde 1863), destinando-se a mesma ao uso público, como o atesta o registo epigráfico sob a pedra de armas.
1875 – Construção da Fonte do Rio da Bica, em São Pedro de Penaferrim.
1876 – Reedificação da capela de Santa Eufémia por um devoto estrangeiro, pensa-se que terá sido D. Fernando II.
1876, 21 Novembro – morre em Londres o Duque de Saldanha.
1877, 30 Maio – escritura de partilha amigável, sucedendo na posse de Seteais, o filho do Duque de Loulé, D. Augusto Pedro Barreto, 3.º Conde da Azambuja.
1877 – É fundada a Sociedade União Sintrense, a 8 de Maio, e durante o regime monárquico ostentou o epíteto de “Real”. Foram os seus principais obreiros José Simões, Joaquim Barreto, António Marçal da Silva Rosa e Domingos Santos e Silva.
1878 – Descoberta do monumento Tholos do monge pelo arqueólogo Carlos Ribeiro, o qual procede então à sua escavação integral.
1879 – Sebastião Pinto Leite arremata a propriedade do Convento da Penha Longa, hipotecada desde 1873, transformando-a numa exploração agropecuária.
1882 – Data inscrita no sino voltado a Norte, na mesma data parece ter-se procedido à aquisição de novo mecanismo para o relógio na torre do Relógio.
1883 – Aprovada a instalação de um farol eléctrico e de um sinal sonoro no Farol da Roca.
1884 – A Propriedade do Convento da Penha Longa era pertença de Sebastião Pinto Leite, visconde da Gandarinha, mais tarde conde de Penha Longa, realiza obras de beneficiação adaptando o antigo mosteiro a residência estival.
1884 – Manuel José Monteiro Adquire em hasta pública o domínio directo de um prazo existente na Quinta da Regaleira, que pertencia ao Seminário de Santarém, pela extinção da Colegiada de São Marinho de Sintra.
Séc. 19, finais – no Palácio de Monserrate Francis Cook manda retirar o telhado da capela edificada por DeVisme, destruir as paredes interiores, plantar trepadeiras e abrir uma gruta no local que corresponderia à abside, onde manda colocar um dos três sarcófagos etruscos por ele adquiridos em Roma em 1860, criando um cenário de ruína.
1880 – Ernesto Biester, conhecido dramaturgo à época, encomenda o projecto de um “chalêt” ao arquitecto José Luís Monteiro; a decoração de interiores ficaria a cargo do entalhador Leandro Braga (1839-1897), enquanto os trabalhos de pintura decorativa se entregavam ao cenógrafo italiano Luigi Manini (1848-1936) e a concepção dos jardins a Noget; em Dezembro Biester morre, não vendo concretizada a construção da sua casa.
1882 – Compra da Quinta Velha, propriedade dos herdeiros do Marquês de Pombal, por parte de um conjunto de sócios para loteamento definindo do terreno onde foi construída a vivenda Monte Fleuri pertencente a Pedro Gomes da Silva.
1882 – Por ocasião das festas de Nossa Senhora do Cabo o Repuxo do Paço Real, foi truncado e construiu-se-lhe um tanque de pedra de aparelho tosco.
1882, 4 Outubro – acta de reunião da Câmara, na qual foi apreciado um requerimento do Marquês de Viana, D. João Manuel de Meneses, para “fechar o espaço por onde é serventia da Ermida de São Lázaro, mudando a dita serventia para acima em linha recta”, pedido que foi deferido pela Câmara.
1883,28 de Agosto – o Vapor Rydel ,por causa do nevoeiro ,naufragou no Cabo da Roca ,tendo-se salvo os 20 tripulantes.
1884 – O conselheiro Nazareth traz o tanque rocaille do Palácio de Queluz para se nele meter o repuxo, conforme se pode ver na gravura de Albrecht Haupt do Paço Real.
1885, 20 de Janeiro – inscrição definitiva de Manuel José Monteiro a seu favor desse domínio e o pagamento de dois foros, um de cem réis e um frango sobre pomar, castanhal e jardim, e outro de cinquenta réis e um frango sobre pomar, ambos com laudénio de dezena, que o enfiteuta, nesta caso o Barão da Regaleira, lhe tinha de pagar todos os anos, por altura do Natal.
1885 – 15 De Dezembro de 1885 Morre D. Fernando II, fazendo a condessa legatária de todos os seus bens, incluindo o palácio e Parque da Pena. O seu corpo jaz ao lado de D. Maria II, sua primeira esposa, no Panteão dos Braganças, em São Vicente de Fora, Lisboa. Á morte de D. Fernando ainda havia alguns trabalhos a decorrer na Pena.
1885 – Construção da Rampa da Pena e das estradas de acessos às quintas.
1885 – Francis Cook viúvo, casa em segundas núpcias com uma americana, filha de R. B. Caflin, de New York; The Gardener’s Chronicle publica um artigo de C. A. M. Carmichael com descrição pormenorizada do jardim e com uma gravura.
1885 – Aquisição de três terrenos na Serra de Sintra para a feitura de uma casa de veraneio no local, por Victor Carlos Sassetti.
1885- Data da construção da casa mandada erigir por Carlos Mourato Roma(Villa Roma) antigo director do Tesouro Público e político liberal com conhecimentos da Europa, através de muitas leituras, que o terão influenciado na escolha do estilo inglês a adoptar na casa. O terreno terá sido comprado ao Marquês da Praia, seu amigo, que possuía uma quinta de grandes dimensões naquela zona. O projecto da casa foi encomendado a um estucador e pintor que estava a restaurar as salas de Seteais e que mais tarde projecta a decoração da Quinta do Relógio.
1885 – D. Luís oferece um banquete no Paço Real aos exploradores de África: Brito Capelo e Roberto Ivens.
1886, 22 de Maio – o futuro Rei D. Carlos e a futura Rainha D. Amélia de Orleães (Reis de Portugal a partir de 1889) passam a lua-de-mel no palacete da Quinta do Relógio.
1886 -A Francis Cook é-lhe concedido, em Inglaterra, o título hereditário de Baronet, passando a ser Sir. Francis Cook.
1886 / 1890 – Construção do Chalé Biester, segundo projecto de José Luís Monteiro.
1886 – No Parque da Pena realização de um inventário da flora do parque.
1886 – Segundo uma ilustração de Haupt no Paço Real escadaria da fachada principal localizava-se à esquerda dando acesso directo a uma porta rectangular aberta no 1º arco quebrado, estando os seguintes entaipados e providos de janelas duplas em arco pleno.
1886 – Fundação da povoação da Praia das Maçãs com a construção da estrada entre a Várzea de Colares e a Praia das Maçãs. Estrada essa que foi feita com a colaboração de uma comissão composta por Luiz Almeida Albuquerque, Joaquim Gusmão e António Mazziotti.
1887 – Inauguração do comboio, ligando Sintra a Lisboa.
1887 – Os trabalhos de plantação e manutenção dos jardins do Palácio de Monserrate são entregues a Walter Oates.
1887- Data da construção da fonte e do lago na Villa Roma, servidos por água vinda de um terreno de 19 hectares adquirido para o seu fornecimento.
1888 – Publicação do romance Os Maias, de Eça de Queirós, passando-se muitos dos seus episódios em Sintra.
1888 – Demolição do “Arco do Marquês”, nas imediações da Fonte da Pipa
1888 – No Romance “Os Maias”, Eça de Queirós refere-se ao abandono do palácio de Seteais.
1888 – Um guia de Sintra desta data refere a fonte dos Pisões ainda na sua versão setecentista.
1889, 25 Junho – o Palácio da Pena é adquirido pelo Estado, compra-o por 310 contos. A condessa d’Edla mantém a propriedade do Chalé e do Parque. Passa a ser utilizado regularmente durante o Verão pela Rainha D. Amélia.
1889, Julho -o Palácio de Seteais é hipotecado provisoriamente a favor da Companhia Geral de Crédito Predial Português da Firma Fonseca, Santos & Viana.
1889, Novembro – penhora do Palácio de Seteais a favor de Domingos Francisco de Assis, de João Narciso Oliva e José Daniel da Silva Tavares.
1889 – Data dos vitrais, franceses e com as inscrições ” Hubert – Paris” e ” Champ Vert” na Quinta do Ernesto Biester.
1889 – Burnswick descreve o Convento dos Capuchos como “situado no centro d’uma triste solidão, rodeado pela aridez, e açoutado pelos vendavaes (…), este pequeno mosteiro aberto na rocha e contendo umas doze cellas nas quaes (mal) se podiam mover os seus desgraçados habitantes”
1890, 30 de Abril – inscrição do prédio da Regaleira a favor de Paulo Carlos Allen, 3º Barão da Regaleira, após a morte da sua mãe, D. Maria Isabel Allen, com o valor de 32 500$000 réis.
1890, 22 Agosto. – Por falecimento de D. Carlota Franzini, a propriedade do Convento da Trindade passa para a sua filha, D. Carlota Augusta Franzini de Almeida Soares e seu marido, o general Diogo Alexandre de Almeida Soares.
1890 a 1923 – construção dos lagos ornamentais na Quinta de Monserrate.
1890 – Projecto da vila Sasseti (Quinta da Amizade) da autoria de Luigi Manini.
1890 – Fundação da Associação dos Bombeiros Voluntários de Sintra
1891 – Na Quinta da Regaleira são desanexados dois terrenos, onde se encontravam dois tanques.
1891- Latino Coelho morre na sua casa, em Sintra.
1892 – A Peninha é adquirida pelo Conde de Almedina.
1892, 15 Outubro – Eduardo Leal e Manuel António Maltez no Monte Fleuri pintaram os painéis de madeira, que outrora decoravam o topo da varanda, conforme se pode ler numa das placas de madeira existentes.
1893, 15 Junho – festa organizada no Hospital da Misericórdia, por ocasião da visita da família real a Sintra.
1893, 31 de Outubro – leilão público da Quinta da Regaleira hipotecada por dívidas do terceiro barão da Regaleira.
1893, 31 Outubro – o Barão da Regaleira e esposa vendem a quinta da Quinta da Regaleira ao Dr. António Augusto de Carvalho Monteiro,
1893, 11 de Dezembro – é adquirida por António Augusto Carvalho Monteiro (conhecido por Monteiro do Milhões) por 21.100 reais com registo de transmissão de direito pleno. Adquire também a parcela de terreno de pomar, jardins e castanhal que estavam em posse de Manuel José Monteiro, e as duas parcelas que tinham sido desanexadas em 1891. Juntamente com o terreno que comprara ao Marquês da Praia e Monforte a quinta assume a sua forma actual.
1893 – A Câmara Municipal de Sintra delibera aprovar o projecto e concessionar, a António Sarmento Pereira Brandão e a João Maria da Silva, a instalação e exploração da iluminação pública a gás.
1893 – Demolição do alpendre do antigo mercado da vila, de origem medieval (documentado desde os alvores do século XIV), por deliberação da Câmara presidida pelo visconde da Idanha.
1894 – 16 Abril – registo da propriedade da Quinta da Amizade, já tendo esta um terreno ajardinado e a casa concluída.
1894 – Meados – Luigi Manini apresenta um novo projecto de ampliação do edifício da Quinta da Amizade, acrescentando ao imóvel alguns elementos de inspiração militar, que não seriam concretizados.
1894 – Inauguração do novo Mercado da Vila; Existem reclamações contra a presença da cadeia no centro da vila, «por virtude de os presos tomarem, através das grades, atitudes indecorosas e, ainda, por ter pouca capacidade, ser normal estarem menores em convívio com ladrões e assassinos, portanto em perigo moral».
1894 / 1896 – Leandro Braga trabalha na decoração e mobiliário do salão, sala de jantar, gabinete e capela no Chalé Ernesto Biester.
1895 – Foi enviado para a Batalha de Marracuene um contingente de caçadores de Sintra.
1895 – Carvalho Monteiro encomenda ao Arquitecto Henri Lusseau de projectos para um palacete, cocheiras e jardim; Carvalho Monteiro rejeita-os e encomenda um outro projecto a Luigi Manini, que desenhou minuciosamente todos os pormenores do Palácio da Regaleira; para os executar, recrutou colaboradores da “Escola livre das Artes do Desenho”.
1896, 20 Junho – Carvalho Monteiro compra ao Marquês da Praia e Monforte, António Borges de Medeiros Dias da Câmara e Sousa, de uma parcela de terreno que fazia parte do Campo de Seteais, pela quantia de 2 250$000 réis.
1897, 6 Outubro – acta de reunião da Câmara, dando conta de que o Conde da Azambuja pretendia fechar o Campo de Seteais.
1897 – O farol eléctrico do Cabo da Roca começa a funcionar, com um sistema de reserva composto por um candeeiro a petróleo de 3 torcidas; o aparelho óptico era de 4ª ordem, sendo a rotação produzida por um mecanismo de relojoaria; entra em funcionamento uma sereia a vapor (sinal sonoro).
1898 – Início da construção do palacete sobre os alicerces da antiga casa do Barão da Regaleira. Carvalho Monteiro decidiu construir o palácio à beira da estrada, não só pela vista, mas porque pretendia adquirir a Quinta do Relógio, que fica em frente e ligá-la à Regaleira através de uma ponte. A pedra usada na construção é trazida da pedreira de Outil, perto de Coimbra.
1899 – Carvalho Monteiro e família já viviam na quinta, numa pequena casa, conhecida como Casa da Renascença.
1898 – A quinta do Espingardeiro era pertença do 2º conde da Caparica, D. Francisco Xavier de Meneses (1854-1914), filho do 2º marquês de Valada, que no mesmo ano a vende ao 2º visconde de Soares Franco, Francisco Soares Franco (n. 1852).
1899 – Assinala-se o centenário do nascimento de Almeida Garrett, descerrando uma lápide com versos do poema Camões (canto V, estrofe XIII), no actual largo Dr. Carlos França.
1899 – Limpeza do relógio na torre do Relógio que não se efectuava pelo menos há 4 anos, pelo que o mesmo se encontrava parado.
1899 – 4 de Fevereiro – em comemoração do centenário do nascimento do Visconde de Almeida Garrett passou a estrada dos Pisões a chamar-se Avenida Garrett e foi colocada uma lápide na entrada dessa avenida na parede do lado esquerdo que era da antiga Quinta Velha do Marquês de Pombal.
Séc. 18, final – o edifício que é actualmente o Museu do Brinquedo é utilizado pela Casa da Vereação da Câmara Municipal de Sintra.
Séc. 19, finais – construção do hote Central, sendo juntamente com o Hotel Lawrence’s, o Hotel Netto e o Victor um dos mais frequentados pela aristocracia e pela burguesia lisboetas.
Séc. 19, final – Hotel Lawrence´s é adquirida por Miguel Gallway, que amplia o edifício, cedendo uma parcela para a instalação de uma pastelaria. Foi aí que se fabricaram em 1900 os primeiros pastéis de feijão, e ao que consta, também as primeiras queijadas.
Séc. 19, finais – o administrador dos Serviços Florestais, Carlos de Nogueira, manda proceder a várias obras no castelo e capela, em cuja abside foi colocada uma porta de madeira, adaptando-a a estábulo.
Séc. 19, final / séc. 20, início – o Paço de Sintra serve de residência de veraneio a D. Carlos e D. Amélia, que executou desenhos sobre o mesmo.
1900 – Construção da capela da Quinta de São Sebastião.
1900 -Nasce, em Sintra, o escritor Francisco Costa.